Entrevista: Uma voz incomparável, conheça Duaik XIII


Duaik é um artista/produtor com uma voz poderosa, que encara e vive uma onda de crescimento, o cara de 23 anos, que mora na Zona Sul de São Paulo, ele tem feito um corre diferente e original em meio a tal cena que vivemos.

"Pra quem não manja porra nenhuma de música eu costumo brincar dizendo que é ''metal eletrônico''. Mas eu não faço só isso. Se tem uma coisa que não gosto é que rotulem meu som como trap ou rap. Eu não faço trap, eu não faço rap. E na real eu quero que se foda esses rótulos."

O artista se encarna muito no underground, a palavra "versatilidade", pode definir muito bem o artista, você já vê isso, logo de cara, ele possui uma voz forte, inconfundível, além de ter domínio sobre mais de 10 instrumentos diferentes, musicas com auto-tune, rimas, berros e melódicos de acertar a alma estão em seu repertório.

"Minha vida é pra isso, todo dia eu to no estúdio de alguma das minhas bancas, que são três, e eu to tendo a oportunidade de fechar com todo mundo que eu realmente curto o som na cena. Além de meus amigos, eu sou fã dos caras, como o El Ronin, Cush, Slow808. Tem muito emocionado que acha que faz parte da cena, mas nem tá ligado que a cena é uma panelinha. Isso mesmo. O underground é uma panelinha queira você acredite nisso ou não."


Duaik tem grandes projetos por vir, diversas colaborações, e inclusive trabalhos com conexões ligadas fora do Brasil, o cara pertence aos selos Figa do Lixo, $UJOLADO e VZZ Occult Posse, três coletivos que trazem uma cena unica para Brasil, explorando não apenas trap arduo, mas fazendo junções com outros generos, dando uma grande variabilidade a tudo que costumamos ver por aqui.

"Mano, a cena atual do underground, que eu to fazendo parte é algo que tá em ascensão, mas que eu vejo que nunca será mainstream. Nós nunca vamos aparecer na Televisão cantando sobre lean ou xanax, falando de buceta e drogas, tá ligado?"


Uma de suas faixas mais visadas mostra bem suas características, a junção agressiva e melódica do single "MATEI TODOS SEUS AMIGOS", single que conta com a produção de EROX, e retrata bem um impulso que ele prega sentir.

"Eu considero meu som gótico, agressivo, e eu simplesmente faço música pra colocar minha raiva pra fora, angústias. Não faço músicas positivas nem com mensagens fortes. Eu falo da minha vida. Todos os absurdos que você lê nas minhas letras são verdades, fantasiados, mas verdade."


A VI$H trocou uma ideia bem sussa com Duaik, e abaixo você confere um pequeno lero que tivemos com ele, conheça esse nome que você ainda vai ouvir falar muito:

VI$H: Se você pudesse definir o Duaik em uma palavra, Qual seria? 
Duaik:  Inquieto. 

VI$H: Explique o porque do XIII:
Duaik: No tharot de Thelema, 13 significa a morte. Eu já morri uma vez. Longa história. Essa parada de eu já ter morrido também é o porque de eu usar um personagem Vampiro nas letras.



VI$H: Como você enxerga a cena atualmente no Brasil? 
Duaik: A cena musical, especificamente do underground, aqui no Brasil vem crescendo... Tem saído da internet e começado à ir pras casas de shows, eu tenho participado com muito orgulho dessa evolução da cena, aqui, na capital de Sampa. Tem gente de todo tipo e isso é foda demais, diversidade ao máximo. Assim como na gringa, tá rolando uma variedade grande de vertentes do rap, trap, cloud, a porra toda... 
Eu me vejo como um dos únicos que traz influencias de metal no vocal, por exemplo, berrando, saca? Essa diversificação faz você surfar na net, uma pá de som nacional foda, uns nem tanto claro... Mas com a mesma empolgação que antigamente a gente descobria um artista ou banda foda da gringa por ir assistindo vídeo por vídeo no youtube. A galera devia se tocar disso! Procurar mais sons nacionais, porque tá rolando umas paradas muito originais no underground BR, que tá precisando ser explanado.

VI$H: Fale-nos um pouco sobre os selos que você faz parte, Quais os artistas? Como tem sido? 
Duaik: Vish, começou a bagunça! (Risos) 
Eu era um dos donos (eram 2), da PILLS AND KNIVES. Saí recentemente da selo por motivos pessoais. 
Fui convidado pra VZZ Occult Posse, antiga Vazioz, por já ter uma vivência com os membros, Voidfur e a mina dele DESSATAN, VLR, crCyber, STK, KristusKanyon, MVXXX, e o Leozão.
Faço parte de duas outras bancas que levo no coração, que são a Figa do Lixo Gang e a $UJOLADO.
A Figa do Lixo é bem representada por Cush, Canuto, KristusKanyon, Akuma, VMA, Bernvl, Buturi.
A $UJOLADO contém meus manos SLOW808, El Ronin (Sou seu fã fdp!), Makay, Dhion, Dukepurpp, KVN$. Tem mais manos (e minas) envolvidos me perdoem se esqueci alguém!



VI$H: Conta aí pra gente o que podemos esperar ? Joga a voz sobre alguns trampos por vir:
Duaik: Tem muita gritaria vindo por aí até o fim de 2017! Feat com o SEMDÓ, feat com Dubueiro, dois clipes novos (as músicas são surpresa), tenho 3 mini tapes pra lançar até o ano acabar, uma delas em colaboração com o beatmaker NUV, que manda umas bruxarias sonoras, o DINIZ que tá produzindo um álbum tocando guitarra nos beats, vai sair algo bem rock n roll mesmo, cantado... E uma mini-tape produzida pelo Voidfur. Talvez eu mude de ideia sobre algum projeto até o fim do ano, mas a idéia por enquanto é essa.

VI$H: Todo mundo tem suas influências, quais são as suas dentro da música? 
Duaik: Antes de tudo eu vou dizer: N-I-R-V-A-N-A. Tenho uma tatuagem do Kurt Cobain e tudo, sem falar que cito ele em inúmeras letras minhas. Minha inspiração pra berrar seria Slipknot e Sepultura (com Max Cavalera, por favor), assim como milhares de bandas de metal core. A adolescência toda fui vocalista de bandas de garagem de metalcore. Tirando isso, por incrível que pareça eu amo Samba, Jazz, e até mesmo Sertanejo de raiz, sim, acredite.
De Black Sabbath à Chico Buarque. Eu amo música. Sou criado em uma família de músicos.



VI$H: Quem você mais tem escutado dentro do cenário nacional? 
Duaik: Cush e El Ronin. Sem dúvidas. Além de serem meus amigos são inspiração pra mim.
Não sou muito fã de rap nacional mas piro em Síntese e BK. Antes de pensar mal de mim por não ouvir rap nacional, lembre-se que meu som não é rap. Eu vim do metal, saca. Mantenho essas raízes comigo.
AH! Eu amo uma banda brasileira incondicionalmente: Rancore.

VI$H: Muitos falam sobre o "Hype", como você enxerga o Hype? Como tem sido o seu corre como artistas independente? 
Duaik:  Eu quero o hype pra mim, e assumo. Eu to na cena pra crescer, ficar famoso. Criar hype não é fácil. Só não vale degrinir a imagem do amiguinho né? Fazer polêmica de forma saudável é a chave do hype pra mim. Porém, sem talento, sem algo a oferecer pro público, fica difícil criar hype, não é só bostejar por aí. O hype também está na sua imagem e no seu som, não só nas merdas que você fala. É o que eu penso.



VI$H: Contratantes, tem sido uma palavra pesada para diversos rappers, a cena caótica não abraça muito o underground, Como você enxerga essas situações? Já rolou alguma mancada neste aspecto contigo ? 
Duaik: Mano... Realmente fazer dinheiro na cena como artista independe e underground, é extremamente difícil, mas é algo que dá pra correr atrás, tem que saber fazer o corre mano, ter paciência e persistência, saber conversar, saber se portar, saber ouvir. Contratantes. Posso dizer que as selos das quais eu faço parte são meus contratantes. Eu levo essa parada de mob a sério, manja? Criar uma imagem, organizar evento, gerar hype, vender roupa, fazer dinheiro. Isso tudo dá trabalho e não dá pra levar na brincadeira. Eu levo música como meu trabalho, e eu só vivo disso.

VI$H: A VI$H agradece por aceito tal convite, deixe algum recado aí para nossos seguidores
Duaik: Agradeço todo mundo que ouve meu som desde Droga é uma Bosta.
Agradeço ao Gu$tavera por ter fortalecido meu crescimento na cena.
Figa do Lixo, $UJOLADO, VZZ Occult Posse, obrigado por acreditarem em mim e no meu trampo. 
Billos. Bxn. Fuck 90's bambino. Fuck posers.