O talentosíssimo artista WiW está de volta com mais um audiovisual enigmático e inesperado.
Vindo diretamente da Zona Oeste de São Paulo, o integrante do coletivo FASE4 acabou de liberar a track “Apenas um Exercício Lírico”, já acompanhada de um vídeo-clipe. A faixa é o primeiro single do novo álbum do artista, previsto para sair em março deste ano.
A VI$H teve a honra e o prazer de entrevistá-lo sobre os detalhes não só do audiovisual, mas também sobre seu projeto inédito que está chegando e um pouco do seu corre como artista.
Confira a visão de WiW em suas próprias palavras sobre sua arte:
VI$H: Quem produziu a faixa?
WiW: Todo o processo rolou dentro do estúdio da FASE4 em SP. A faixa foi produzida pelo meu irmão HAWK1, o beat inicia com poucos elementos e vai evoluindo. Por ser a intro do álbum, preferimos apresentar alguns dos principais elementos visuais/sonoros que vamos explorar. Na parte final rola uma mudança total no beat, o diálogo que acontece no background é uma conversa entre duas inteligências artificiais que achei no youtube ano passado... é basicamente as duas se confrontando sobre quem é a máquina e quem é o humano nesse diálogo maluco. Quando escutei essa parada tive um insight gigante, e o HAWK1 conseguiu encaixar direitinho a atmosfera do beat. Acho que nesse trabalho consegui equalizar perfeitamente com o produtor, tanto que o processo criativo está fluindo como nunca antes. Ah, a produção visual ficou comigo, e as imagens foram capturadas pela Ina (membro mais recente do coletivo).
VI$H: Por que “Apenas um Exercício Lírico” foi escolhida como primeiro single do seu novo projeto?
WiW: Pela forma que ela foi criada. O projeto tem como objetivo usar a linguagem visual/sonora de forma metafórica/visceral. O objetivo é aproximar o ouvinte despertando o interesse com esses elementos. Apenas um Exercício Lírico possui essas características, então após terminar de compor já sabia que ela serviria perfeitamente como intro do projeto.
VI$H: Qual é o nome do seu novo álbum?
WiW: "Proxy: Ensaio Sobre Robôs".
VI$H: O que você pode dizer sobre seu álbum? Quais foram suas maiores influências e inspirações para fazer ele?
WiW: Considero o álbum como um "vídeo-ensaio", então esperem um audiovisual com esse formato. Proxy é uma ferramenta de conexão, se estabelece um intermediário entre a origem e destino. A origem é o ouvinte, WiW é o intermediário e o "Ensaio Sobre Robôs" o destino ou, simplesmente a ideia que vou apresentar. Após conectar-se ao ouvinte, o álbum irá girar em torno da comparação Ser Humano x Robôs. Enxergo a sociedade atual como um conjunto de máquinas com tarefas pré-determinadas, programadas e finitas. É assim que eles querem que sigamos, e é exatamente aqui que serão inseridas minhas perspectivas e críticas. É sobre remover o que nos foi inserido.
Sobre as influências/inspirações, são inúmeras. Em primeiro lugar meu avô e família, que sempre me mostraram através da música uma forma de superar obstáculos. Para a técnica que estou usando nas composições, artistas como Amiri, Rodrigo Ogi, Makalister, Nill, Froid e Edgar me ensinaram muito sobre como montar um texto/ideia mais desconstruído e principalmente a brincar com as palavras. A parte visual é um grande turbilhão de influências, ali estará presente um pouco de tudo o que consumo.
VI$H: Como foi seu processo criativo fazendo “Apenas um Exercício Lírico”?
WiW: Eu já sabia que o diálogo entre as máquinas estaria presente, faltava encaixar o contexto. Após uma crise fodida me tranquei no estúdio com intuito de transformar aquilo de alguma forma. Encontrei um rascunho do HAWK1 (basicamente alguns loopings de drums que ele tinha montado uns dias antes), fiquei me hipnotizando com aquilo durante um tempo e pronto, a composição ficou pronta em minutos. Olhei pro resultado e como disse, encaixou perfeitamente.
VI$H: Seu novo álbum tem participações/feat de outros artistas? Se sim, pode dizer quem e falar um pouco como foi trabalhar com eles?
WiW: Como se trata do meu primeiro trabalho mais estruturado, preferi manter as ideias dentro da FASE4, então teremos participações de HAWK1 e Ina cantando em algumas faixas. Sou BEM suspeito para falar dos dois, mas ambos são artistas com potenciais gigantescos e com um nível absurdo de criatividade. Acredito que a criatividade dos 3 está somando e muito para a construção do álbum.
Algumas participações ainda estão sendo estudadas com bastante carinho, então pode ser que surjam novidades.
VI$H: Quais produtores colaboraram com você nesse novo projeto?
WiW: HAWK1 assumiu toda a direção musical do álbum, assinando todas as faixas também.
VI$H: Quais gêneros ou subgêneros musicais vão estar presentes no seu álbum?
WiW: Se pá é a pergunta mais difícil. O RAP sem dúvidas é o gênero do álbum, porém ainda não sei dizer em qual dos inúmeros subgêneros ele vai se encaixar. Posso dizer que é um mix do que eu sempre escutei com meu irmão (desde pirralhos). Temos RAP, hardbooming, boombap, new metal, lo-fi, phonk e até uns samples que usamos do meu avô que toca chorinho no cavaco (Benedito Costa pra quem tiver curiosidade).
VI$H: Há quanto tempo você faz música?
WiW: Eu e meu irmão crescemos com a música ao nosso redor. Meu avô foi maestro de estúdio e meu pai seguiu seus passos e vive da música até hoje. Por muito tempo eu andei na direção contrária da arte, e a real é que colecionei cicatrizes (e muito aprendizado). Sempre estive ao lado da música, mas mergulhei de fato há uns 3 anos, um pouco antes da criação da FASE4.
VI$H: Quais foram os maiores desafios que você enfrentou desde que começou a mexer com arte?
WiW: São vários, mas o maior deles sem dúvidas tem sido a mudança de caminho. Eu passei uma vida sendo refém do dinheiro e me coloquei dentro de uma caixa, nas mãos do ambiente corporativo. Essa desconstrução está sendo lenta e bastante dolorosa, mas é foda observar o mundo com meus próprios olhos. Em Proxy, vocês poderão sentir esse desmonte.
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Confira 'Apenas um Exercício Lírico', o novo audiovisual do WiW
Reviewed by Anônimo
on
13 janeiro
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