Vndroid apresenta o audiovisual 'pq tÃ0 SéRiO'


 Vndroid é um artista independente de 24 anos que exala originalidade diretamente do RJ. O cara possui um novo audiovisual liberado em seu canal, explorando uma estérica unica, em uma mistura alternativa dentro da vibe gótica e cyberpunk no lançamento do video intitulado "pq tÃ0 SéRiO"


A produção musical ficou inteiramente nas mãos do próprio Vndroid. O audiovisual conta com direção de fotografia por Micael Guedes, direção de arte e styling com assinatura de Yves Água, recebendo assistência de produção por Tales Carneiro, com edição nas mãos de Luiz Farias.


A VI$H teve o imenso prazer de trocar uma ideia exclusiva com o artista sobre seu videoclipe, saca só:

VI$H: Como foi o processo criativo do single "pq tÃ0 SéRiO"?
Kkkk, cara, na verdade eu costumo ser muito perfeccionista e metódico com as minhas músicas, são vários dias fazendo o instrumental, a letra, ainda mais tempo gravando, regravando, mixando, mas essa música só surgiu tudo de uma vez. 
Eu tava ouvindo músicas do Nine Inch Nails procurando um sample maneiro quando percebi que dava pra fazer algo com essa introdução do Perfect Drug, fiz o instrumental em sei lá, uma hora e comecei a cantar o que vinha na minha cabeça na hora mesmo, no final do dia eu já tava com a música finalizada. Depois só voltei pra melhorar a mixagem dela, fazer a master e tal.



VI$H: E a gravação do clipe? 
"O clipe meio que surgiu por acidente na verdade. O Yves Água tinha me chamado pra fazer um ensaio fotográfico, que ele tava com umas idéias de figurinos pra mim, aí chamei o Micael Guedes, meu amigo que já editou meu clipe de Homens e de Helena, e que é um excelente fotógrafo, pra vir tirar as fotos. Fomos só nós 3 e o Talismã, um amigo que também faz rap, pra ajudar a gente e, lá na hora, decidimos também filmar uns takes de cada figurino, na vertical. 

Queria usar essas imagens pra fazer um clipe mas eu ai nada nem sabia de que música, kkkk, por isso não apareço cantando nenhuma parte da letra. Só quase um ano depois que percebi que as imagens ficariam legais nessa música aí comecei a editar o clipe."

VI$H: O beat do single foi produzido por você, o que te inspirou na hora de fazer o instrumental da faixa
"Eu faço e escuto muito rap, mas também escuto muito rock alternativo e música eletrônica, na verdade costumo dar mais rolês em eventos de techno do que rap, e eu tava afim de fazer uma música que misturasse mais dessas referências, por isso comecei a construir o beat num ritmo diferente do meu padrão, usando timbres de trap mas enchendo de plugins de amplificadores de guitarra pra ficar tudo distorcido. Acabou saindo essa que é provavelmente minha música que menos se encaixa no gênero rap."



VI$H: Nos fale quais as referencias você trouxe dentro do videoclipe.
"O Yves tinha tido essa visão de fazer uma direção de arte que misturasse essa vibe gótica e cyberpunk que eu costumo explorar com cores mais vibrantes, céu azul, pra criar esse contraste interessante. As filmagens do Micael também ficaram super maneiras então, quando comecei a editar o clipe, nem queria mexer em muita coisa. No começo até pensava em fazer um clipe cheio de efeitos e distorção mas acabei desistindo pra valorizar mais as imagens do jeito que elas tavam, e acrescentei poucos efeitos adicionais, como esse de duplicar as imagens, meio que imitando o efeito que o delay já tava fazendo na minha voz, pra dar essa sensação meio trôpega, drogada, sei lá kkkk"

VI$H: Conte um pouco da caminhada do Vndroid como artista até aqui.
"Cara, eu comecei a fazer música ainda na escola, eu tocava guitarra e tive algumas bandas, mas nunca consegui produzir nada que eu realmente gostasse com nenhuma delas. Eu compunha as minhas músicas mas não conseguia demonstrar minha visão pro resto da galera. Quando comecei a produzir no computador, foi mais pra poder registrar minhas ideias e levar pra banda, mas aí comecei a gostar mais do resultado que eu tinha ali no programa do que com a banda. 

A partir daí, o rap, que eu também escutava muito, começou a me influenciar mais, porque tinha mais a ver com a forma que eu tava fazendo as músicas mesmo. Em 2014 eu comecei a usar o nome VNDROID mas, talvez por preciosismo demais, eu lançava muito poucas das minhas músicas, não achava elas boas o bastante. Nessa época, cheguei a fazer vários shows mas acabei nem gravando as músicas que eu cantava na época. Só algumas delas eu ia postando no soundcloud e poucas chegaram a sobreviver até eu lançar meu álbum Dopamina, em 2018. 

De lá pra cá, já compus muitas músicas novas, que toco nos shows que faço, e to tentando abandonar um pouco do perfeccionismo pra finalizar elas logo sem tanta demora kkkkk."

VI$H: De onde surgiu o nome Vndroid que você carrega em suas composições.
"Quando eu comecei meu projeto, eu estava sendo diagnosticado com diversos transtornos mentais, TDAH, ansiedade, bipolaridade. Eu também tava usando muitas drogas, além dos remédios, e pesquisando muito sobre neurociência e psiquiatria. 

Acho que o conceito de um andróide me fascinava porque, se for possível construir um robô consciente, isso significa que nossa mente realmente é determinada pela matéria física do nosso cérebro, não por alguma essência ou alma metafísica. 

Sei lá, acho que eu realmente me sentia um andróide, realizando experimentos com as substâncias químicas do meu cérebro pra alterar minha percepção da realidade, seja por diversão, para buscar autoconhecimento, ou para me tornar mais produtivo e funcional. Isso além da minha questão com a internet, lugar onde eu passava a maior parte do meu tempo e adquiria minhas referências, eu criei esse personagem acho que pra representar muito do que eu vivia na época."



VI$H: O que podemos esperar do Vndroid após o este lançamento?
"Depois desse clipe, já tem outros 3 prontos que vão ser lançados, cada um com um intervalo de 2 semanas entre si. Essas músicas novas, que comecei a escrever a partir do começo do ano passado, lidam com algumas temáticas similares às do meu álbum antigo mas com muitas questões novas.

Acho que o Dopamina era um álbum muito introspectivo e solitário, como se tudo acontecesse dentro da minha cabeça. Esses novos trabalhos também são introspectivos e pesados, mas lidam mais com relações interpessoais, sentimentos, situações sociais. São músicas pra entrar na bad existencial, mas remetendo muito mais aos rolês de techno em galpões abandonados, andanças pela rua de madrugada e às relações estabelecidas nesses meios."

VI$H: Você pretende liberar algum EP/mixtape ou álbum em andamento? Se sim, o que pode nos contar sobre?
"Eu tenho 6 músicas prontas que ainda não saíram e mais umas 5 ou 6 que já toquei em shows mas preciso gravar. Talvez ainda nessa quarentena isso tudo se transforme em um álbum, mas ainda não tenho certeza. Certamente não tá sendo um processo tão coeso quanto no meu álbum Dopamina, que eu já tava com o conceito definido na minha cabeça desde o começo. Mas eu tô começando a perceber alguns fios que amarram essas músicas juntas, uma narrativa comum entre algumas delas, então pode ser que sim."

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