Mantendo a qualidade alta, VNDROID vive uma sequencia rara de lançamentos nos últimos meses. Temos o artista e produtor com uma nova composição em cena, mostrando a versatilidade que possui no audiovisual batizado "Helena".
O single relata um contraste de sentimentos em ambos os quesitos, apresentados tanto na parte musical, como no audiovisual. A faixa possui produção musical realizada pelo próprio VNDROID, usando um sample clássico dos cinemas no instrumental. O clipe foi dirigido por Gabriel Nasser, contando com fotografia de Max Chagas e edição pelas mãos de Micael Guedes. Confira o trabalho abaixo:
Trocamos uma ideia daora com o artista sobre o lançamento. Confira o papo abaixo:
VI$H: O clipe começa com uma vibe alta astral, terminando com você no banheiro (amamos essas cenas). Quantos porcentos da faixa você diria que se remete a solidão?
VNDROID: Cara, eu não sei dizer mesmo em porcentagem, mas quando fomos filmar o clipe a gente queria pegar o máximo de imagens desses dois extremos: A diversão e curtição e o isolamento e solidão, que andam lado a lado nos rolês. Na música em si, acho que esse contraste se dá também entre a letra e a melodia do sample, super na bad, e a bateria e o flow da musica, que são mais de festa, pra cima, gang gang kkk.
A maior parte das músicas de trap que tocam por aí são falando de festas, drogas, sexo, eu queria fazer uma música que trouxesse essas mesmas temáticas mas da forma frustrante que aquilo tudo tava sendo na minha vida na época.
A maior parte das músicas de trap que tocam por aí são falando de festas, drogas, sexo, eu queria fazer uma música que trouxesse essas mesmas temáticas mas da forma frustrante que aquilo tudo tava sendo na minha vida na época.
VI$H: O videoclipe se passando na balada traz um tom forte. Ressaltando o trabalho da equipe por trás do audiovisual, qual foi a sua principal ideia a ser passada?
VNDROID: A principal ideia era mesmo de pegar esse contraste, no ambiente de festas e rolês, entre um exterior divertido e sociável e os problemas mais profundos que a gente acaba trazendo com a gente pra esses ambientes, esperando que sejam expurgados ali.
Escrevi essa música alguns meses depois de um término de um relacionamento de 4 anos. Eu tive um momento muito positivo logo depois disso, várias coisas dando certo profissionalmente, dando rolê todo dia, conhecendo muita gente nova, mas com o tempo esses mesmos hábitos que tavam me fazendo tão bem começaram a cobrar.
Os amigos de rolê nem sempre são amigos de verdade fora dele. As drogas que fazem vc se sentir super bem na hora depois fazem vc se sentir uma merda. Os relacionamentos com várias pessoas vão se tornando fonte de ansiedade mais do que conforto. Então quando a gente foi gravar o clipe cheguei com essa vibe geral, com uma festa que achava boa pra filmarmos, e lá na hora o Max e o Gabriel foram tendo ideias de imagens que pudessem registrar esse conceito, e eu ia encontrando amigos e pedindo pra eles participarem.
Escrevi essa música alguns meses depois de um término de um relacionamento de 4 anos. Eu tive um momento muito positivo logo depois disso, várias coisas dando certo profissionalmente, dando rolê todo dia, conhecendo muita gente nova, mas com o tempo esses mesmos hábitos que tavam me fazendo tão bem começaram a cobrar.
Os amigos de rolê nem sempre são amigos de verdade fora dele. As drogas que fazem vc se sentir super bem na hora depois fazem vc se sentir uma merda. Os relacionamentos com várias pessoas vão se tornando fonte de ansiedade mais do que conforto. Então quando a gente foi gravar o clipe cheguei com essa vibe geral, com uma festa que achava boa pra filmarmos, e lá na hora o Max e o Gabriel foram tendo ideias de imagens que pudessem registrar esse conceito, e eu ia encontrando amigos e pedindo pra eles participarem.
VI$H: Por que o single recebe o nome de Helena?
VNDROID: Não sei direito, kkkk eu não conheço nenhuma Helena. Na verdade, o sample do Beat vem de uma musica da trilha sonora do filme Helena, por isso tinha salvado o Beat com esse nome, mas eu ia mudar ele antes de lançar a música.
Só que, com o tempo, meus amigos do Mosca, que filmaram o clipe e também tão sempre trocando comigo, foram falando que achavam o nome maneiro, e percebi que ele tinha um potencial. Sei lá, a música parece falar sobre algo ou alguém muito indefinido. Achei que o nome Helena era maneiro porque materializava mais esse algo, numa pessoa. Não é que seja realmente sobre uma pessoa, acho que é mais amplo, mas a Helena virou, na ficção ali, um símbolo pra tudo isso.
Só que, com o tempo, meus amigos do Mosca, que filmaram o clipe e também tão sempre trocando comigo, foram falando que achavam o nome maneiro, e percebi que ele tinha um potencial. Sei lá, a música parece falar sobre algo ou alguém muito indefinido. Achei que o nome Helena era maneiro porque materializava mais esse algo, numa pessoa. Não é que seja realmente sobre uma pessoa, acho que é mais amplo, mas a Helena virou, na ficção ali, um símbolo pra tudo isso.
VI$H: Você viveu uma sequencia de lançamentos. Como difere esse trabalho dos outros lançados nos últimos meses?
VNDROID: Cara, algumas dessas músicas que lancei agora, originalmente, iam ser parte de um vídeo-EP, e a Helena ia ser a última faixa. Não deu pra terminar de filmar todos vídeos por causa da pandemia, aí decidi mudar a ordem das coisas. Mas mesmo assim, acho que a Helena vem com essa cara de fechamento de um Ciclo.
É uma música muito sobre círculos viciosos, sobre correr atrás do próprio rabo, sei lá kkkk. Então acho que ela contrasta muito com meus clipes recentes, que eram mais enérgicos, é aquele fim de festa decepcionante, quando as drogas passam, nada deu certo e você ta muito destruído p voltar pra casa.
É uma música muito sobre círculos viciosos, sobre correr atrás do próprio rabo, sei lá kkkk. Então acho que ela contrasta muito com meus clipes recentes, que eram mais enérgicos, é aquele fim de festa decepcionante, quando as drogas passam, nada deu certo e você ta muito destruído p voltar pra casa.
VI$H: Nos conte, você encontrou algo atualmente que tem sido suficientemente excitante e estimulante?
VNDROID: Hahahah, sim, definitivamente. Tava conversando hoje com a minha namorada sobre isso. Eu tava falando sobre aquela teoria psicanalítica de que a gente só quer as coisas até conseguir elas, e quando a gente consegue a gente para de querer, meio que o que a gente deseja é inalcançável. Uma ideia meio deprimente até, né, kkkk, mas que acho que permeia Helena. Mas aí ela, que é psicóloga, trouxe uma visão da esquizoanálise, de que, conforme nós compreendemos melhor o que está por trás dos nossos desejos, conseguimos perceber que há várias formas de lidar com eles. O capitalismo vai sempre oferecer soluções fáceis pra essa busca humana, mas que são temporárias por natureza.
Apesar disso, acredito sim que existam coisas que dão sentido grande pra vida, e que isso tá principalmente na relação com os outros. Na política, no amor, em trabalhar pra tentar trazer algo de valor pro mundo.
Apesar disso, acredito sim que existam coisas que dão sentido grande pra vida, e que isso tá principalmente na relação com os outros. Na política, no amor, em trabalhar pra tentar trazer algo de valor pro mundo.
VI$H: Antes de terminar a entrevista, qual recado você deixa para os leitores musicais que estão te conhecendo?
VNDROID: Oi, tudo bem? Kkkk, sei lá, acho que nem todos vão gostar do jeito que faço música mas, se você tiver curtido, queria apenas convidar pra chegar lá pelo SoundCloud, YouTube, spotify, pra ouvir mais das minhas outras músicas também. Tô lançando musica já desde 2014 mas só agora recentemente tô começando a ver um crescimento significativo no meu público, o que é bem maneiro, mas algumas das músicas que mais me orgulho do meu trabalho saíram de 2018 pra cá, ia ser muito maneiro também ver mais gente chegando lá!
E muito obrigado aí a vocês da Vishmidia que tem me ajudado muito nisso!
E muito obrigado aí a vocês da Vishmidia que tem me ajudado muito nisso!
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