Risco é um artista que nasceu em Olinda (PE) e cresceu pela cidade de Artur Nogueira (SP). A música corre pelas veias do cantor a um bom tempo, tendo seu primeiro trabalho lançado aos treze anos de idade. Todo esse conhecimento musical trouxe o artista com um material fresquinho na cena no último, iniciando seus trabalhos como produtor, realizando a produção musical inteira de seu novo projeto batizado "Vitamina C".
O EP chega formado por três faixas, recebendo a participação única de Bebé Salvego. A produção instrumental feita pelo próprio Risco, sendo captado e masterizado por Gabriel Urso, com mixagem nas mãos de Clóvis Pereira. A arte de capa do projeto tem criação nas mãos de João Vitor dos Santos.
O EP recebe o lançamento de seu segundo videoclipe. Dando vida visual a faixa "No Game". O trabalho chega com clipe dirigido pela produtora independente tetrahydro. O clipe traz produção por direção Oswaldo Perez, Vinícius Campos e João Prósperi, tendo edição/VFX ao lado de Henrix. Confira o clipe na integra abaixo:
A VI$H teve o prazer de trocar um papo com o artista, te deixando por dentro de alguns dos processos por trás do EP. Flagre o papo abaixo:
VI$H: Primeiramente, nos conte quem é o RISCO.
Risco: Risco é um artista independente, que possui uma forma muito peculiar de expressar sua criatividade. Devido às diversas referências adquiridas no seu processo de musicalização, procura aproveitar ao máximo sua liberdade criativa para inovar em suas composições.
Dentro do gênero Hip Hop, se destaca pela sua espontaneidade e sagacidade no uso de métricas e linhas rítmicas ao escrever seus versos. Também explora sua habilidade notável na criação de melodias e harmonias que tornam suas canções únicas.
Após o lançamento do EP “Negro do Mundo Lunar” e do single “Alívio”, iniciou seus trabalhos como produtor musical tendo lançado seu EP "Vitamina C", inteiramente produzido e assinado pelo artista.
VI$H: Você lançou o projeto "VITAMINA C". Qual a principal mensagem você pretende passar para quem está curtindo este trabalho?
Risco: A vitamina C é um nutriente essencial na alimentação humana.⠀
Por decorrência da pandemia do novo corona vírus, seu consumo passa a ser assunto indispensável por fortalecer o sistema imunológico e atuar na prevenção da Covid-19.
Voltando ao EP... aqui ela foi usada como metáfora que estabelece conexão com efeito que quero causar nas pessoas através de letras e melodias que fazem bem pra alma e atua na prevenção ao stress e à solidão.⠀
O EP foi produzido de forma independente durante duros dias de quarentena e expressa intenção de promover o auto amor e o autocuidado num momento em que as pessoas enfrentam sérias mudanças no seu cotidiano e na vida como um todo, contexto em que assuntos como a ansiedade e depressão vieram mais à tona.⠀
Sua brasilidade e estética quase “lo-fi” dão a ideia de um tropicalismo representado pela figura da laranja, levando pra dentro dos lares a sensação de bem-estar que uma viagem pode trazer, por exemplo.⠀
VI$H: Como foi o processo criativo do EP?
Risco: Por decorrência da pandemia, passei boa parte do período de isolamento na companhia de amigos das artes cênicas residindo na casa de cultura gerida pelo grupo na cidade de Matão-SP. Tendo minhas férias do trabalho adiantadas para evitar circular durante o pico de contaminação pela doença, levei meus equipamentos de produção para a casa na tentativa de aliviar o tédio de maneira produtiva. Poucos dias antes havia criado "O Mar Está Para Peixe", arranjando a canção apenas com o violão até que surgiu a ideia de dar a ela uma roupagem digital. Esta foi a oportunidade perfeita para estudar produção musical, por que tinha os equipamentos ao alcance da mão e ideias de composição interessantes, "a faca e o queijo". A música foi elogiada por amigos músicos e também meus produtores, o que me encorajou a continuar produzindo músicas do zero, tanto os beats, quanto as letras cogitando a possibilidade de lançar um EP completamente autoral.
Neste movimento de explorar meu potencial criativo enquanto produtor musical, me interessei pelo uso de samples para compor os beats, foi quando encontrei na música "Call Me Back" da banda de indie rock estadunidense The Strokes uma linha de guitarra interessante para samplear. Daí nasceu a faixa "No Game", na qual o uso da língua inglesa aconteceu de maneira espontânea e que retrata impressões dos impactos causados pelo fenômeno da competitividade entre pessoas pretas imposta pelo capitalismo.
Voltando à Campinas, cidade onde moro sozinho atualmente, tive algumas reflexões sobre o tema da solitude e da importância em construir uma rotina pra continuar vivendo a vida, mesmo num momento de adversidade este. Estas reflexões deram origem aos versos de "Que Possa Fluir". A instrumental da faixa partiu da ideia de inverter uma linha de guitarra que gravei, gerando uma harmonia muito particular e que me inspirou serenidade e calmaria, dando as características principais da música.
Deste processo de crescimento nasce a ideia de levar às pessoas mensagens reconfortantes, construindo a ideia do EP como uma espécie de cura, de cuidado com a saúde física e mental. O EP expressa o equilíbrio trabalhado em mim mesmo naquele momento.
VI$H: O EP conta com o feat certeiro de @bebesalvego. De onde surgiu a sintonia por trás desta colaboração?
Risco: Meu amigo e produtor Felipe Ribeiro toca em uma banda de Jazz contemporâneo na qual a Bebé fazia backing vocals. Sempre admirei seu timbre de voz, suas técnicas e musicalidade, me identificava com ela de alguma forma. Então surgiu o desejo de trabalhar com ela um dia. Ao criar o refrão da faixa "Que Possa Fluir", desenvolvi a letra e melodia do refrão sentindo que demandava leveza no canto, passagem de ar, já que seu conceito ilustrava a ideia de flutuar. Logo de cara pensei na voz da Bebé e não demorei a fazer o convite que foi aceito por ela com muito carinho, pois gostou muito da música e do conceito do EP como um todo. Descobrimos que nossa musicalidade juntos é potente e já temos outras ideias de produção em mente.
VI$H: A faixa No Game ganhou vida visual. Como foi atuar pelas lentes da produtora Tetra Hydro?
Risco: A Tetrahydro tem um papel fundamental nos lançamentos do Vitamina C. O Victor Lopes, diretor do videoclipe de "O Mar Está Para Peixe" é meu amigo da turma da faculdade, tínhamos uma banda na qual ele tocava contrabaixo. Tocamos juntos por três anos e sempre tivemos esse vínculo artístico e afetivo. Uma vez me mandou uma mensagem dizendo que tinha juntado alguns amigos e feito uma produtora de material audiovisual, quando me perguntou se tinha três músicas que eu achava interessante pra que eles trabalhassem em videoclipes a partir delas. Neste momento eu já tinha as três faixas do Vitamina C. Quero dizer que foi muito natural e essa naturalidade se estendeu aos outros integrantes do grupo com os quais não demorei a fazer amizade. Essa naturalidade é refletida na forma como me sinto à vontade frente às lentes desses caras extremamente inteligentes e criativos. Muito rapidamente captaram o conceito do EP e traduziram com maestria em uma identidade visual impecável.
VI$H: O que podemos esperar do Risco em 2021? Pode nos revelar algo?
Risco: Em 2021 podem esperar por lançamentos da melhor qualidade. Me sinto extremamente confiante nesta identidade que estou investindo, ao mesmo tempo na minha versatilidade. Além disso estou trabalhando firme com pessoas altamente talentosas e comprometidas, tudo o que temos feito soa como hit, sem falsa modéstia. Tudo isso inspirado pela energia das pessoas que acreditam no nosso trabalho e que enxergam nossa potência. 2021 é nosso!
VI$H: Antes de finalizar a entrevista, deixe um recado para os ouvintes que estão conhecendo seu trabalho agora.
Risco: Eu sou Risco, quero continuar surpreendendo as pessoas que têm sede por música feita com a alma, com verdade e competência, sem repetir receitas. Watch me!
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