Bardo lança EP com quatro faixas inéditas, escute "Ainda Bem Que Eu Encontrei".


Bardo, é mais um artista trabalhando de forma autoral pelo sul do país, mais precisamente do Rio Grande do Sul. O artista de 18 anos é um dos nomes da gravadora @TavernaOficial, e aparece estrelando seu primeiro projeto na cena, trazendo quatro faixas inéditas no lançamento do EP intitulado "Ainda Bem Que Eu Encontrei".

O trabalho chega de forma especial, tendo todas as faixas escritas e produzidas pelo próprio Bardo. O single recebe arte de capa feita por @TouffuLab. Ainda Bem Que Eu Encontrei já se encontra disponível nas plataformas principais plataformas de streaming, clique aqui e confira. Ouça o material abaixo pelo YouTube:



A VI$H trocou uma ideia direta com o artista, te deixando por dentro dos processos por trás do EP. Flagre abaixo: 

VI$H: Como funcionou o processo criativo do EP?
Bardo: Bem, eu sou uma pessoa que guarda muitos dos projetos que eu faço, muito por insegura e muito por perfeccionismo. Eu não saber fazer toda produção profissionalmente devia ser motivo de mais leveza mas, mesmo assim, eu ainda hesito em simplesmente mostrar música porque eu sou muito crítico do meu trabalho, tô sempre achando defeito mesmo que não esteja ao meu alcance consertar. Esse EP meio que nasceu disso, de uma necessidade desesperada de simplesmente fazer música, botar pra fora o que eu sinto e tentar conectar com pessoas que sentem o mesmo que eu. Se alguém ouvir o que eu to falando e se sentir motivado a correr atrás do que ama, pra mim valeu a pena já.

VI$H: Qual a ideia por trás do nome do EP? 
Bardo: Na real, o nome do EP ia ser algo nas linhas de "Válvula de Escape" ou "Saída de Emergência" porque conversa com um dos temas do projeto que é a catarse através da música. Enquanto eu tava nesse processo de escolher o nome, meu amigo Felipe Dias sugeriu "Ainda Bem Que Eu Encontrei". Eu tava finalizando ainda algumas faixas e quando ele deu essa ideia, eu parei pra ver tudo que eu tinha feito até ali e fez muito sentido. Eu falo em todas as tracks que eu rimo sobre como o Rap me ajuda e como ele faz parte de mim independente das minhas inseguranças e defeitos e isso conversa de mais tanto com o título quanto com a capa feita pelo meu brother Tofu. O cara na capa sou eu caso não tivesse encontrado o Rap: só alguém que vomita o que escuta.


VI$H: O projeto da aulas no quesito produção independente. Nos deixe por dentro de como foi esse processo da produção musical e visual.
Bardo: Na parte musical, foi um pouco diferente do que eu sempre faço. O pessoal que escuta minhas músicas tá acostumado comigo usando samples brasileiros e fazendo meu rolê de sempre... mas esse projeto é diferente. Eu usei apenas um sample pra cada música como base e, de resto, todos instrumentos e baterias foram feitos por mim. Eu quis fazer beats e versos mais introspectivos e pessoais que fossem uma ponte entre eu e a pessoa que tá ouvindo, como se fosse uma conversa no canto de uma festa com um cara que tu recém conheceu. Agora, a parte visual foi uma improvisação mesmo. Eu tinha gravado uns vídeos pra botar como gif no spotify tá ligado? Mas quando eu tava editando eu comecei a ver que dava pra fazer mais com aquilo ali. Eu criei esses loops quebrados e divididos, bem distintos um do outro pra ajudar na atmosfera de cada som e na imersão da pessoa no projeto e no que eu estava sentindo em cada track. A qualidade não é das melhores, nem a edição, mas isso faz parte da mensagem: TANTO FAZ! Eu queria mostrar o que eu sinto e o que eu faço porque eu amo isso, não porque eu sou profissional ou algo assim.

VI$H: Você lançou o EP nomeado "Ainda bem que encontrei". Qual a principal mensagem pretende passar para quem está curtindo este trabalho? 
Bardo: Po, se tu conseguiu entender algo do que eu quis passar nesse disco, então tu sabe o que tu tem que fazer. Eu sempre fui muito pouco aplicado e responsável comigo e, de uns tempos pra cá, o que eu amo tem me ajudado a viver uma vida melhor e cada vez que eu me entrego mais pra isso, mais eu me sinto preparado para o que ainda vai vir, independente se vai ser o que eu quero ou não. Até mesmo tu, que clicou sem querer nesse link e tá lendo sobre um EP amador de um mc gaúcho com nome de classe de RPG, tem que entender que a vida é agora, a gente tem que viver no presente e fazer as coisas acontecerem enquanto a gente tem a oportunidade de viver elas, tanto faz se o resultado é como tu quer ou não. Meu EP é sobre isso. Ainda bem que eu encontrei o rap, e agora? Agora é fazer.

VI$H: Quais foram as suas principais influências para realizar o EP? 
Bardo: As de sempre, levo meus mestres em tudo que eu faço, seja produção, convivência, filosofia... Muita gente não se liga nisso, mas os artistas que a gente gosta são pessoas tá ligado? Sempre que eu curto o trampo de alguém eu paro pra pesquisar sobre a pessoa e entender como e por que ela faz o que eu to amando ouvir e, no final, eu sempre ganho pelo menos uma lição de vida. Nujabes (lenda japonesa das produção do hip hop), J Dilla (preciso explicar?), 9th Wonder (além de me ensinar muito sobre disciplina e produção, ainda é um fiel fã de Star Wars), Marcelo D2 (o cara mais descolado e carismático do rap mundial, fácil) e Emicida (a caneta mais afiada de todo universo) são poucos dos milhares de mestres que eu estudo e me apoio pra fazer meu trampo.

VI$H: Você acabou de liberar um EP, mas nos conte, o que podemos esperar do Bardo após o drop desse do projeto? 
Bardo: Vou continuar sendo eu mesmo, mas nunca o mesmo. É difícil prever o que eu vou fazer no futuro, mesmo eu tendo vários projetos em andamento simultaneamente. Eu diria que o tempo vai dizer, eu planejo ainda fazer muita coisa com o aspecto de empoderamento musical brasileiro de algumas músicas minhas (como Charme e Sambah) e talvez brincar um pouco com o trap, do meu jeito, obviamente. O foco é que, independente do que eu for fazer, eu vou sempre focar em tentar ser original e fazer algo que transcreva sentimentos e ideias reais. Se eu ver que meu som é fiel a isso, pode ter certeza que até forró eletrônico acústico vai sair ainda.


VI$H: Ser artista independente não é fácil. Relate como tem sido seu corre na música até aqui. 
Bardo:  "Até aqui"... parece até que eu cheguei em algum lugar. Mas, sério, sobre a pergunta: tem sido muito diferente do que eu achava. No início eu só fazia por fazer, eu sempre amei produzir mas nunca dei a vida pra isso. Mas, naturalmente, eu fui de virar a madrugada e ser totalmente desorganizado pra hoje ter uma rotina fixa quase que totalmente voltada pra isso. Eu realmente quero chegar em algum lugar, do meu jeito, com meu esforço, minhas letras e meus beats e, pra isso, eu estou disposto a melhorar meu corre cada vez mais. Como eu falo na intro: "A jornada nunca vai ter fim porque eu quero ser para os outros o que eles foram pra mim".

VI$H: Deixe um recado para o público musical que está conhecendo seu trabalho agora. 
Bardo: Tu aí, que gastou teu tempo lendo relatos de um cara qualquer que gosta de Rap e desenho ao invés de estudar pro vestibular, lembrar dela ou importar covid de algum rolê pra distribuir localmente com promoção, muito obrigado, de verdade, tu é foda. Eu sou um cara simples, que ama o que faz e que espera, um dia, poder somar aí no panteão de lendas do Rap e, assim, valorizar a cultura Hip Hop tanto no meu país quanto no meu estado. Valeu VISH Mídia, ces são daora, espero que esse post alcance muita gente que possa ter um carinho pelo o que eu to tentando passar e que a página de vocês cresça cada vez mais, tamo junto e fé!