d.E vulgo Dia traz de volta a Golden Era com o audiovisual "Honey"



Guarde bem o nome do artista d.E. O rapper, produtor musical e cultural, natural da Região Metropolitana do RJ, embarca com um novo material na cena. Há mais de 10 anos fomentando o cenário underground, temos a presença do MC, apresentando uma lovesong que te leva de encontro a Golden Era, abordando temas atuais no lançamento do single batizado "Honey"

A faixa tem uma classe única, trazendo referencias de grandes nomes, como Commom, Aori e J. Cole. O artista não abre mão de ser futurista, mantendo a versatilidade em dia, liberando uma composição recheada de rimas internas, multis, punchlines, referências, metáforas e emulação de voz. A abordagem da faixa relata uma mulher tóxica que brinca com os sentimentos de quem tenta a conquistar. d.E vulgo Dia trata de explorar essas ideias de maneira leve, com um toque de bom humor, sem deixar de traçar um paralelo entre a ficção e a realidade. 

O single conta com produção musical nas mãos do próprio d.E, que compôs, captou, e mixou a musica, ainda conta com masterização por Big Eddy, e beat por Flpe MRK, que fez o remake do instrumental que está presente nas plataformas. 

O clipe todo é composto com cenas de artistas importantes que já morreram, sinalizando ao telespectador que d.E almeja ser "eterno" como estes que aparecem na obra. O audiovisual possui direção, roteiro e montagem pelas mãos do próprio d.E, recebendo filmagens pelas lentes de Daniel Campanneli, tendo edição e finalização nas mãos de Lucas Angeleti. Assista na integra abaixo:


O trabalho já se encontra disponível nas principais plataformas de streaming. Ouça abaixo pelo Spotify: 


A VI$H Trocou uma ideia direta com o artista, te deixando por dentro de alguns processos por trás da faixa. Flagre abaixo:

VI$H: Como funcionou o processo de criação da faixa?
d.E: Em termos de barras, musicalidade e conceito foi bem natural: eu tenho mania de deixar uns beat free rolando enquanto fico fazendo freestyle, numa dessas passou o beat de Honey, e eu cuspi o refrão, na mesma hora pensei "carai isso ficou bom, dá um lovesong foda". Então gravei o refrão no celular e fui lapidando os versos, aí só fui entender que a energia tava me levando a falar da música como se fosse uma mina lá pra oitava linha hehe... A partir daí já me veio a ideia do clipe, as referência e etc...

Agora em termos de produção foi guerrilha total, precisou de muita coletividade e paciência pra gente entregar um trabalho bem feito. A parte bruta da produção foi toda no meu Home Studio; me captei sozinho, assim como mixei (gosto que esse processo seja feito dessa maneira solitária, porque tenho mais controle da estética que vou entregar, fico a vontade pra testar qualquer coisa)... Depois que a voz tava no porte, fui chamando os amigo pra embarcar na minha loucura, tem pelo menos umas 8 cabeça envolvida!


VI$H: Você lançou o single "Honey". Qual a principal ideia você deseja passar para quem está curtindo este trabalho?
d.E: Eu queria que o ouvinte sentisse a loucura da dualidade que é ser apaixonado por música/arte/rap no contexto capitalista, periférico, metropolitano; o conteúdo é triste mas o jeito que eu o exponho faz parecer com que seja divertido, pq é triste e divertido ser músico independente por aqui, é como diz Zizo em Febre do Rato "o placar pode não ser justo, mas a partida é boa pra caralho" ou nem tanto, porque o que importa pra nós é tá na partida ainda que machucado...

E para além do nicho rap, eu quiz incentivar as pessoas a não desistirem daquilo que amam por mais que o resultado não seja positivo na superfície, é preciso acreditar no seu processo, é preciso acreditar no seu legado... "oh you gotta love it"

VI$H: A Sonoridade do single é composto de uma classe única. Consegue nos resgatar a sua primeira reação ao escutar os beats que deram origem ao trabalho?
d.E: Mano eu só lembro que quando ele tocou eu balancei a cabeça com mais força, franzi a testa e levantei da cadeira cuspindo uns rascunhos de flow imediatamente rs... a parada me jogou numa atmosfera jazz, 90's que eu só deixei fluir.

VI$H: O clipe ganha destaque chegando no formato colagem. Qual o intuito por trás do video? 
d.E: O vídeo tem um "q" de homenagem, e um "q" de pretenciosismo. Eu queria que quem ouvisse associasse a música como algo que tá no campo da eternidade, próximo de Deus, por isso usei apenas artistas "eternizados" (mortos), como homenagem e reverência. Mas se você prestar atenção no final do clipe existe um mural na parede com a foto de todos os artistas que aparecem no vídeo, e em cima da mesa tá o meu retrato com um vidro de cola ao lado, dando a entender que logo menos (ou agora mesmo) eu vou tá ali colado junto (eterno/morto) com todos eles no mesmo nível!

VI$H: O que podemos esperar do d.E daqui pra frente? Pode nos revelar algo? 
d.E: Consistência é a palavra! Desde de 2016 veio entregando bons trabalhos mas só que esporadicamente, agora é o momento que consegui uma mínima estrutura pra soltar meus trampos de maneira mais sólida. Tô fechado com Felipe MRK (pra mim entre os melhores produtores do Brasil, sem demagogia, procurem sobre esse mano, 10 anos sendo nerd de produção passando por vários gêneros não é pra qualquer um), e tamo produzindo meu disco de estreia, que eu chamo de Mixtape Álbum porque ainda falta orçamento pra gente produzir um disco mesmo, mas o conceito de disco tá no bagulho. E aí enquanto o Álbum tá no forno a ideia é soltar alguns feats, videoclipes, singles... Tem bastante coisa com meus manos aqui de Itaboraí pra sair; trap, boombap, indiezão, tem um chillrap com Tasdan e Big Eddy de Niterói, tem um r&b trap bolado com uma mina aí que a gente vai lançar, tem solo, tem proibidão, tem reggaeton, um pouco de grime... O corre tá no azeite!! 


Paralelo a música tem minha marca de streetwear E$CÓRIA que mistura brechó, outlet, escambo, graffiti, custom... de volta no Instagram mês que vem! Em breve drop 1!

Tem também nosso projeto social aqui da cidade que eu ajudo a dar seguimento, a Roda Cultural de Itaboraí - Batalha da Foice, (paramos por causa da pandemia) logo menos tamo de volta com bastante novidade, e provavelmente eu vou tá de mestre de cerimônia nesse caô.

VI$H: Ser artista independente não é fácil. Nos conte como tem sido sua caminhada no mundo da música até este momento. 
d.E: Foda! Processo lento, correria louca, muito prejuízo, mas apesar de tudo gratificante. Nesses 10 anos de pista conheci pessoas incríveis que viraram minha família, que me inspiram e se inspiram em mim, isso faz todo esforço ter um sentido maior. Sigo com a mesma fome de antes, na verdade com 10 vezes mais fome, alguns manos tem me chamado de Rock Lee do R.V (Rio Várzea, meu bairro) porque eles viram o quanto eu era ruim, e mesmo sem nenhum talento natural pra música eu fiquei bom.

VI$H: Deixe um recado para o público musical que está conhecendo trabalho agora. 
d.E: Se você tá cansado de Rappers enlatados sozias um do outro, trapper playboy cosplay de bandido (que provavelmente é hater do deus Raffa Moreira, isso quando não é bolsominion kk), ou MC's preguiçosos sem apreço pela Cultura Hip Hop... Fiquem comigo, acompanhe meu trampo eu vim pra sabotar o raciocínio da cena, e cobrar quem deve! Trabalho com originalidade e papo reto! Kendrickniano de carteirinha a.k.a sacrifício humano de Itaboraí.