Katze te encaminha em direção à recuperação da dor em seu primeiro álbum, ouça "Fratura Exposta"


A cantora, compositora, beatmaker e produtora musical, Katze, está em atividade com um projeto único na cena. Temos a ex-integrante da banda Cora e baixista do grupo Noid, explorando ideias únicas na chegada de seu primeiro álbum, batizado "Fratura Exposta".

A versatilidade da artista curitibana, ganha forte destaque. Apresentando um trabalho que trafega entre o trap, o rock e o indie. O material mostra todo o conhecimento de Katze, no mundo musical, trazendo um disco formado por 10 faixas, sendo inteiramente produzido por ela mesmo. 

O trabalho de aproximadamente 25 minutos, traz influencias não tão exploradas por aqui. Fratura Exposta chega carregado de conceitos complexos da antiguidade oriental que dão suporte à Katze em suas criações. O disco te leva de encontro a muitos sentimentos, transportando figuras que foram trazidas do antigo oriente, com o principal intuito de ampliar a compreensão de como lidamos com nossas dificuldades e sofrimento, levando o ouvinte a resolver as feridas internas que carregamos.

Reconhecer a dor é o primeiro passo para a cura, por isso eu exponho a fratura. A gente só tem certeza que algo está errado no nosso corpo quando sentimos dor, ela nos impulsiona a tomar uma atitude. E ao expor o que está quebrado em mim, eu reconheço o que e onde dói e acolho o que sinto", explica Katze. 

A produção musical do projeto foi realizada pelas própria Katze, sendo mixado por Gustavo Salun e masterizado nas mãos de Leonardo Gumiero. O disco traz a participação única de Bface, na faixa “Estarless”. A arte visual ficou por conta de Sayuri K, com fotos por Leticiah F. Ouça o trabalho realizado pelo selo Suite Music abaixo:


Fratura Exposta já se encontra disponível nas principais plataformas de streaming. Escute:


AVI$H trocou uma ideia direta com Katze, te deixando por dentro de alguns processos do álbum. Confira: 

VI$H: Por que o projeto é batizado “Fratura Exposta”? 
Katze: O nome vem nesse sentido quase literal: ao expor o que está quebrado, eu reconheço o que e onde dói e acolho o que sinto.  Na minha perspectiva, antes de chegar na cura tem todo esse processo horrendo de passar pela dor. A cura é o objetivo, mas o caminho é longo e o passo é lento (risos). E aí esse processo abarca minha persistência, quase inevitável, em me quebrar o tempo todo e aí lidar com as (in)consequências. Então, acredito que reconhecer a dor seja o primeiro passo pra cura :) 

VI$H: O conceito do álbum é algo único na cena brasileira. De onde surgiu a ideia de explorar visões da antiguidade oriental? 
Katze: Acabou acontecendo sem eu perceber, mas acredito que seja por estar buscando alguma conexão com o transcendental, minhas letras também fazem parte dessa busca, mas ainda tenho muita dificuldade e nada dá muito certo nesse sentido.
 
VI$H: Você lançou o álbum “Fratura Exposta”. Qual a principal mensagem você deseja passar para quem está curtindo este trabalho?
Katze: Que a dor se transmute em cura >>> é o significado do primeiro símbolo da capa (no topo da imagem). Ele é um ‘sigilo de magia’ criado pela Sayuri, que fez a capa. Os sigilos são uma representação simbólica do resultado desejado por um praticante de magia. Nem eu nem a Say praticamos magia, mas entramos nessa pelo conceito (risos). Ela pediu que eu fizesse um desejo em relação ao disco e o meu desejo foi esse : ) pra mim tem muita relação com a proposta do álbum, inclusive essa frase está (escondida) nas bordas da capa.

VI$H: Como funcionou o processo de criação do álbum? 
Katze: Algumas músicas eu tinha rascunho desde 2017, outras foram saindo ao longo do processo. Como meus últimos anos foram bastante tenebrosos, as temáticas acabam ilustrando isso. Geralmente vem primeiro a letra e a melodia básica, o beat vou desenvolvendo com base nisso, com exceção da Samsara, que escrevi em cima de um rascunho do Inaki e a Estarless, que fiz junto com o Bface. Mas foi quando passei no edital da Aldir Blanc (dez/2020) que tive que correr com a produção, então tudo que estava meio inacabado, fechei em 3 meses. 
 
VI$H: O trabalho caminha entre entre o trap, o rock e o indie. Quais foram suas principais influências para alcançar a sonoridade do álbum? 
Katze: Não que sejam muito próximos do que eu faço, mas tanto $uicideboy$ quanto Lil Peep abriram a porteira do inferno que mescla elementos de trap e rocks alternativos e pesados de forma geral. Tem todo esse lance mais deprê e introspectivo do emo, mas com tendências de flow e bateria de trap e um pé na malandragem (risos). Dentro desse gênero meus heróis tem sido Killstation, Rooftops a banda Love Ghost e o coletivo Spider Gang (BLCKK, BRUHMANEGOD, fl.vco, Lil Darkie, CXRPSE, Daniels Gone). Mas isso só pra localizar a “cena”, pq minhas refs de verdade são diversas, vão desde Smashing Pumpkins até Ivete Sangalo (amo o flow Ivete). Pra citar Brasil chamo Luiza Lian,  Flora Matos, Inaki a.k.a Ice Neve, já os vocais pra sempre Warpaint, produção Grimes, guitarras tipo Hole, temáticas daddy issues Lana del Rey com perspectivas de cura tipo White Poppy e estética popgrunge Beabadoobee. É um verdadeiro frankenstein que culmina numa Courtney Love trapper (risos).
 
    VI$H: O disco recebe uma colaboração única de Bface. Como fluiu a sintonia com o artista para a realização da faixa?
Katze: Eu gosto muito de rap e admiro muito o trampo do Bface, já faz muito tempo. O lance é que não sei rimar e acho que mesmo que aprendesse acabaria ficando meio bobo, então prefiro colaborar com as pessoas que manjam. Esse som fiz com o Befa em um dia na casa dele, desenrolamos até meio que rápido pq eu tinha um show que queria chamar ele pra participar. Depois fizemos uma live no Hai Studio e aí melhoramos um pouquinho em 2019. Aí agora pro disco acabamos mudando bastante o que já tínhamos feito, mas também em questão de um dia pra desenrolar o som, então dá pra dizer que o processo com ele é bem fluido :) 


VI$H: Vai rolar algum videoclipe do projeto? O que pode nos revelar? 
Katze: Já rolou! (risos) são 5 videoclipes, os linko aqui:

  
VI$H: Ser artista não é fácil. Nos conte como tem sido sua caminhada no mundo da música até aqui. 
Katze: É um misto de realização e frustração. Comecei profissionalmente com a Cora em 2013, a gente passou por várias até morrer na praia e isso me deixou extra amargurada e com sangue nozóio pra resistir na música. Hoje, ainda sou baixista da Noid, que está meio quieta por conta da pandemia e meu solo, tenho desenvolvido pelo menos desde 2015. Diariamente penso em desistir de gastar tanta grana e energia com isso, mas sempre vem uma porta nova que abre e acabo seguindo, um pouco iludida (risos). Então, enquanto ainda tiver algumas portas dessas, me mantenho por aqui :)
      
    VI$H: Deixe um recado para o público que está conhecendo seu trabalho neste momento.
Katze: Estou quase certa que vc ainda não ouviu algo muito parecido, pois especialmente no Brasil, não há (risos). mas bebi em várias fontes que vcs conhecem e gostam e tenho certeza que muitos podem se identificar. fica aqui o convite pra pular no meu disco Fratura Exposta: venha de mente aberta e disposto a mexer nas feridas. 
ps: cuidem de vossas cabeças - bjs <3  

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