Rafael Nicolich, possui um nome regado de historia. O artista, que é neto de imigrantes espanhóis e brasileiros, emerge com muita difusão cultural em meio ao cenário, dando vida ao seu primeiro projeto profissional.
O rapper do Rio Grande do Sul, lançou no dia (30), seu EP de estreia, intitulado “Melhor Que Eu”. As 3 musicas que compõe o projeto trazem um toque especial, principalmente durante seu processo de criação, contando com composições marcantes de Rafael, que na época estava passando por um estágio de luto, desabafando seus sentimentos mais profundos sobre a morte de um amigo próximo.
Após 6 anos como produtor musical, em 2019 Rafael Nicolich decidiu convidar um amigo para trabalharem em um projeto juntos em que eles gravariam algumas músicas. Esses planos foram interrompidos, porém, quando seu amigo cometeu suicídio poucos dias depois. Ainda vivemos um tabu muito grande envolvendo essa temática e, em 2021 todo esse processo vivido por Rafael virou música no novo trabalho do artista.
Quando perguntado sobre seus objetivos com este trabalho, Rafa é direto: “Quero conscientizar sobre os problemas sociais que levam ao suicídio pela visão de quem fica vivo e passa pelo processo de luto. É um alerta, ao mesmo tempo que um desabafo”.
O EP remete uma conexão internacional, contando com os instrumentais assinados pelo produtor norte-americano Yorge, realizando uma ligação direta com Austin (Texas - EUA). O trabalho tem mixagem e masterização nas mãos de Yorge, exceto na faixa "Futuro", que foi finalizada por Calil, artista do DF.
Você pode ouvir o EP “Melhor Que Eu” nas principais plataformas de streaming. Confira abaixo pelo Spotify:
Trocamos uma ideia direta com Rafael, te deixando por dentro de detalhes que envolvem o EP. Flagre abaixo:
VI$H: Você lançou o EP “Melhor Que Eu”, qual a principal ideia pretende passar para quem está curtindo este trabalho?
Rafael Nicolich: É um desabafo, ao mesmo tempo que um alerta para conscientização dos problemas sociais sobre ansiedade e depressão que sofremos.
VI$H: Como foi o processo de criação do EP?
Rafael Nicolich: Em 2019 eu estava gravando músicas no meu quarto, produzindo totalmente caseiro, quando decidi então focar na minha arte e comecei a produzir meu primeiro álbum. Uma das participações era de meu melhor amigo, também poeta e escritor, que uma semana antes de começarmos as gravações infelizmente se suicidou. Após recuperar meu psicológico no decorrer de 2020 e 21 e conhecer Yorge através do produtor Calil decidimos fazer algumas demos que resultaram nesse conceito de EP.
VI$H: A produção musical se destaca. Como funcionou a conexão com o produtor musical norte-americano Yorge?
Rafael Nicolich: Foi muito natural porque temos rências em comum e em menos de 1 mês antes de produzir já estávamos alinhados. Ele me mandou uma pasta com um monte de beats, fiz algumas demos e ele também fez alguns beats com melodias e samples que gravei no violão e guitarra.
As músicas que foram mixadas por ele foram feitas em sessões remotas no Elevate Recording Studio (Austin, Texas), incluindo a faixa 1, 2 e a bônus (final da 3).
VI$H: Quais foram as principais influencias para a realizado do projeto?
Rafael Nicolich: Influências no sentido de sonoridade não tenho muitas, recebi alguns beats type Pollo G, e alguns que criamos trocando ideia de forma natural. Destaco também que fui influenciado indiretamente pela música flamenca cigana que faz parte da cultura de parte da minha família. Artistas como Rosalia, Bad Bunny, J Balvin e o produtor Tainy.
Filosoficamente me identifico com artistas brasileiros do trap e do indie, como Raffa Moreira e Selvagens A Procura de Lei.
VI$H: Vamos conta com algum videoclipe do EP?
Rafael Nicolich: A faixa 1 "Melhor Que Eu" conta com um clipe no dia do lançamento onde meus amigos que me apoiaram a soltar as músicas participam também.
VI$H: O que podemos esperar do Rafael Nicolich para o restante do ano? Pode nos revelar algo?
Rafael Nicolich: Tenho alguns projetos finalizados que iremos trabalhar, posso destacar entre eles a parceria com o produtor da fronteira uruguaia Lil Moita, e participações com alguns artistas brasileiros, e com um rapper chamado JFT97 dos EUA.
VI$H: Deixe um recado para o público que está conhecendo seu trabalho neste momento.
Rafael Nicolich: Se você não se limita e quer conhecer novas formas de arte, vem conhecer meu trabalho e fazer parte da família. Esse EP é uma forma pessoal de se sentir confortável para quem passou por perdas pessoais e com certeza podemos compartilhar esse sentimento para não carregar todo o peso sozinho.
Acompanhe a VI$H!