Grátis na Zona Norte! Festival reúne BNegão, Sombra SNJ, Ajuliacosta, misturas de geração e muito mais


Marque na sua agenda! Neste sábado, dia 17 de dezembro, o público de São Paulo poderá acompanhar o festival Órbita Periférica, evento que ocorre em prol de fortalecer a cena de produção artística independente na Zona Norte. 

Celebrando o rap e o hip hop na Zona Norte de São Paulo, o festival atua realizando uma mescla entre nomes fortes e consolidados na cena misturados, ao lado de uma nova geração de artistas que estão ganhando mais espaço e destaque no cenário nacional. A música move o mundo, e o festival é destinado ao público jovem, voltado para a população local e para quem quiser conhecer mais produções artísticas e culturais independentes.

Essa será a 2ª edição oficial do festival, marcado para acontecer no dia 17 de dezembro (sábado), a partir das 14h, no Novo Limoeiro. O evento é totalmente gratuito e conta com retirada de ingresso mediante ao site Sympla. Então, se você deseja colar no evento não deixe de retirar seu entrada aqui neste link.

 Se importando em dar destaque para a cena independente, mais de 10 atrações estão marcadas para se apresentar no dia, contando com a presenças de fortes do rap e hip hop. Entre eles grandes nomes como BNegão, Sombra SNJ, Monna Brutal e Felipe Flip, além de uma artista sensação de 2022, a rapper Ajuliacosta. Ainda compondo a line, teremos as performances promissoras dos rappers e dj's Junior Black Style, Chnaya, Dj Bac, Niggaman, Perigonato, Mano Zoio, e DJ Rafaela Amorim

O evento age como um movimento de impacto social positivo. O festival Órbita utiliza a própria vivência da ZN para distribuir conhecimento cultural e musical para jovens homens e mulheres, ressaltando como o empreendedorismo periféiro é um um local de muita potência, inteligência e criatividade, além de um local de relações pulsantes. 

Órbita Periférica é resultado do “Novas Estrelas, Novas Conexões” – projeto que existe desde 2021 para fortalecer produções artísticas independentes e auxiliar o empreendedorismo artístico periférico de São Paulo (SP).  Se importante em desenvolver o desempenho de novos artistas, a beja iniciativa já ajudou 30 jovens e produtores iniciantes conectados a mais de 60 artistas e produtores atuantes do mercado. 

Sendo um evento recheado para o público, o Órbita Periférica terá oito horas de duração, envolvendo muita música e arte. O festilval contou com auxílio dos jovens que participaram do projeto, sendo uma organização da equipe Star Black Produções - que atua no fortalecimento e revelação de novos artistas das periferias. Para saber mais, acesse aqui

A VI$H entrou em contato com a produção do projeto, te deixa por dentro do movimento com alguns detalhes envolvendo o evento e a ação. 

VI$H: O Órbita Periférica vai acontecer de modo gratuito e reunindo talentos únicos da cena. Qual a principal premissa do festival? 
Tefa Bevenuto, diretora e produção do Órbita Periférica e co-idealizadora e coordenadora do projeto Novas Estrelas, Novas Conexões: Nossa premissa é reunir artistas independentes junto a nomes já consagrados do rap nacional. A ideia é fazer uma mistura, um intercâmbio, de ideias e gerações. A gente quer celebrar a cultura hip hop, fortalecer a cena artística da Zona Norte de São Paulo. Essa é uma região de origem de grandes nomes, como Edi Rock, KL jay, Kamau, entre outros. Também temos o objetivo de promover de festivais de relevância em regiões periféricas.

VI$H: Em relação a estreia do festival, quais são as principais mudanças e upgrades para a 2° edição?
T.B.: A primeira edição do evento tinha caráter mais intimista, com o objetivo reunir os jovens artistas e produtores que participaram do “Novas Estrelas, Novas Conexões”, que passaram a maior parte do projeto em oficinas formativas à distância, por causa da pandemia. Este segundo evento é maior, aberto para todas as pessoas, e coloca em prática as aprendizagens de produção artística trocadas desde 2021 e pretende promovê-las de forma gratuita para todas as pessoas interessadas.


VI$H: Conte mais sobre o projeto “Novas Estrelas, Novas Conexões”.
T.B.: A ideia do projeto nasceu em 2020 em um encontro despretensioso. Eu e o Rafa Grave (produtor artístico) temos uma caminhada com produções culturais e artísticas, e como mobilizadores culturais, sempre quisemos trazer mais conhecimento e ações de impacto para nossa região. Em um encontro no estúdio Star Black Produções percebemos que esse também era um sonho dos nossos parceiros Dj Bac, Gabi Silva e Matias Nubeat, que já vinham de uma longa caminhada, totalmente independente, produzindo músicas e clipes para artistas da quebradas. A multiartista Olívia Mattos chegou um pouco depois, imprimindo sua experiência com produções variadas na música, no teatro, em slams e performances. Percebemos que tínhamos em comum ter iniciado nas produções artísticas através do contato com arte em coletivos e igrejas dos nossos bairros. E então pensamos: “Por que não desenvolver oficinas sobre temas variados e formar novos produtores periféricos como nós?” 

Foi assim que nasceu o Novas Estrelas e Novas Conexões. O projeto ganhou forma e foi contemplado pela 5ª Lei de Fomento e Cultura às Periferias de São Paulo. Durante dois anos, selecionamos cerca de 30 jovens periféricos (15 em cada ano de projeto) interessados em produção artística para participar de diversas ações e oficinas formativas com nomes consolidados do ramo. O projeto priorizou a seleção de pessoas pretas, mulheres e pessoas LGBTQIAP+, considerando que este é um público com menos oportunidades de acesso. Ao longo desses dois anos, somamos mais de 300h de oficinas formativas, reuniões, elaboração de eventos e ações concretas que possibilitaram esses jovens  iniciar seus portfólios artísticos para construir uma carreira sustentável na área. Durante todo o período os jovens foram acompanhados pela equipe da Star Black Produções, tendo acesso ao estúdio e muitos com um acompanhamento personalizado a partir da sua área de interesse.

VI$H: Como tem sido realizar o festival lado a lado com o projeto "Novas Estrelas, Novas Conexões"? 
T.B.: O projeto serviu como plataforma para reunirmos uma galera que já trabalha com arte  e conectá-las. Foram mais de 80 produtores e artistas trocando experiência ao longo desses 2 anos, e de certa forma, é esse time que está ativando o festival. Contamos muito com a parceria dos jovens participantes de 2022 na concepção do “Órbita Periférica”. O nome do festival foi criado pelos jovens participantes do “Novas Estrelas, Novas Conexões”. Eles estão em tudo: desde a estruturação de questões técnicas até a curadoria dos artistas convidados. Acionamos os participantes de 2022 para auxiliar na divulgação e promoção do evento junto às suas quebradas. É um desafio conectar tanta gente ao mesmo tempo, pois muitos de nós ainda não consegue sobreviver somente com trabalhos artísticos. Mas, este evento é uma oportunidade de reunir todo o time que trabalhou nesse projeto e comemorar essa trajetória bonita que construímos juntos.

VI$H: A importância de proliferar o hip-hop é claramente o ponto do projeto. Como tem sido atuar no ciclo cultural da Zona Norte?
T.B.: Já fui moradora de algumas quebradas da zona norte e posso dizer que já vi o hip hop salvar muita gente.  Desde quando a gente se reconhece numa letra de rap até quando a gente é convidada para um grafite no escadão. São nessas pequenas ações que fortalecem nossa autoestima, nos fazem sentir parte, expandem nossa capacidade coletiva e fazem com que a gente acredite que somos criadores de novas tendências, novas estéticas, que a gente dita muitos caminhos artísticos. Na zona norte nasceram várias lendas do rap e hip hop nacional, mas hoje a cena é sustentada por muitos coletivos e espaços públicos, como a Casa de Cultura da Vila Guilherme, nossa parceira indispensável nessa caminhada, que muitas vezes nos acolheu para ensaios, nos ofertou acesso à equipamentos e um espaço para apresentarmos nossos trabalhos. Com a ascensão do rap, muita gente reduz o movimento ao estilo musical. O festival Órbita Periférica é uma tentativa de potencializar nossas produções musicais, mas também retomar compromissos coletivos históricos do movimento.

VI$H: Como é ter jovens empreendedores da periferia agitando movimentos como o festival?  
T.B.: Quem é de periferia já nasce com empreendedor. É engraçado que muita gente associa o empreendedorismo às startups de Pinheiros, aos coworkings da Vila Madalena, mas ninguém olha para o Cláudio da banca de pastel e diz que ele é empreendedor [exemplo hipotético]. Não olham para essas adegas, que na quebrada, que vem crescendo cada vez mais - é uma em cada esquina... Vai chamar gente que vende comida e bebida de empreendedor? Vai olhar para costureiras e artesãs do bairro e chamar de empreendedora? O fato é que sempre fizemos nossos rolês e nossas festas, mas nunca fomos chamados de empreendedores. A ideia desse festival é trazer esse protagonismo e essa narrativa.

VI$H: A line-up do evento vem recheada de atrações. Como foi unir todos esses nomes em um mesmo evento? 
T.B.: Foi muita ideia e parceria. No geral, as pessoas acreditaram no projeto e quiseram fazer parte do festival. E isso é muito gratificante porque demonstra que faz sentido para muita gente.

VI$H: Obrigado pela sua participação! Deixe um recado para o público que estará presente e para aqueles que estão acompanhando o projeto de outras regiões. 
T.B.: Nós temos intenção de produzir uma 3ª edição, então convido todas as pessoas interessadas a curtir nosso Instagram @orbitaperiferica, a acompanhar os trabalhos dos organizadores @starblackproducoes, @nobiproducoes e acompanhar também a página do projeto @novaestrelas novasconexoes, onde faremos uma retrospectiva desses 2 anos em breve.