Kyle Fortes & lucasbin envolvem muita classe e boombap no EP "Arte ou Violência"

Vindo diretamente de Londrina, Paraná, temos mais uma vez a presença do cantor e compositor Kyle Fortes, se mantendo em atividade com mais um material repleto de qualidade na cena nacional. 

Atuando na cena desde 2016, Kyle se mostra pronto para encarar uma nova fase em sua carreira, agora, marcando seus trabalhos através do selo RECAPS. Sua estreia chama atenção, com Kyle trazendo seu primeiro EP no ano, assim, como seu primeiro trabalho assinado pela produtora.

Esse momento teve inicio através da conexão de Kyle conecta com o produtor lucasbin, de Curitiba, que assina a produção das faixas do EP colaborativo nomeado "Arte ou Violência".

A obra retrata a essência musical de Kyle em quatro faixas inéditas, com o EP sendo inteiramente jogado na classe do boombap, e constituído de composições marcantes e recheadas de referências raras pelo artistas. 

O EP carrega referencias únicas em sua produção e versos, sendo formado por 2 faixas, uma intro e uma skit. Na intro e skit temos a retirada de uma entrevista do Globo Repórter, voltada para artes marciais, o que se encaixa nas vontades e disciplina de Kyle. O skit carrega uma entrevista de Paulo Leminski, poeta brasileiro nascido em Curitiba, contando com a metáfora de externar a poesia, ainda trazendo a ideia de arte marcial presente. 

A arte visual que acompanha o EP no YouTube fo filmado por @xiado.zip em parceria com Rugal, tendo cor na conta de Carlos Fofaun, trazendo edição e direção criativa na conta do próprio Kyle.Arte ou violência já pode ser escutado nas principais plataformas de streaming. Confira o EP completo acompanhado de visual no YouTube da RECAPS. Veja abaixo:

Ouça a obra pelo Spotify:

A VISH esteve em contato com Kyle, realizando um papo exclusivo com detalhes por trás da obra. Flagre a breve conversa abaixo:

VISH: Para começar, como tem sido viver esse novo momento trabalhando ao lado da RECAPS?

Kyle: Esse projeto de apresentação me ajudou a começar uma nova fase musical, por conta da possibilidade maior de produção e o contato mais próximo com tudo que compõe a obra, a qualidade sonora que conseguimos com certeza me deixou realizado. Acho que assim se cria algo que se conecta por inteiro.

VISH: Por que o EP foi batizado "Arte ou Violência"?

Kyle: Para sintetizar um pouco do conceito em volta das artes marciais, trazendo de volta um pouco das mil conexões criadas entre o kung-fu e o boom bap, por exemplo (discografias como as do Wu-Tang, trilha sonoras e temas como as de Samurai Champloo...). A composição do nome foi tirado de uma entrevista, a mesma que integra a intro do EP, revertendo o sentido original da sentença para algo que deixe no ar um caminho a ser escolhido: Arte ou Violência.

VISH: Qual seria a principal mensagem por trás do EP para o público? Destrinche.

Kyle: O Hip-Hop por muito marginalizado e mal visto por olhos equivocados, seria como as artes marciais no seu momento de expansão?! Crio essa alusão com a questão de ser tratada como arte por quem participa e vista como uma cultura violenta por quem não entende. Começo com isso através do recorte da intro, e levo a conclusão de que a resistência acontece nos pequenos polos, como um 2. Enxame (expressão que trouxe novamente por conta do som de mesmo nome do SP Funk, Sabotage e RZO), nas batalhas de rima e concentrações populares. Artístico e violento, uma forma de defesa pessoal através dos pilares da cultura.

Uso de 3. Skit / Exito para trazer uma abordagem interna, em contra mão a intro. De que uma obra tem de ser trabalhada internamente, para que saia como um golpe de Karatê. Trecho de uma entrevista de Paulo Leminski (1944 - 1989). Para então seguir com 4. Adaptado a Boa Convivência, música pra finalizar, trazendo o boom bap de batida agressiva. Uma criação espontânea como qualquer rap genérico sobre artes marciais.

VISH: Sua classe em meio ao boombap merece ser ressaltada. Quais as referencias e inspirações podemos encontrar em volta do EP? 

Kyle: Além dessas que citei nas outra perguntas, gosto de trazer a tona algumas coisas que já marcaram o estilo, mas não são tão relembradas: Marcas de roupa og's pique Karl Kanai, Timberland, desenhos antigos, animes... Yuyu Hakusho, Yugioh. Muito de minha vida pessoal, experiências e pensamentos meus. Além da mensagem e ótica que busco transmitir deixo ali o que pra mim marca essa textura, essa ideia de visual que temos subconscientemente do Hip-Hop.

Isso fora as referências que me acompanham em todas as batidas, grupos antigos da minha cidade: 50G, Santa Cruz. A Golden Era do rap estadunidense e nacional: NAS, Jay-Z, Xis...

VISH: De onde surgiu a parceria e conexão com o produtor lucasbin para a realização do projeto colaborativo? 

Kyle: O @lucasbin vem com um trampo bem direcionado pro boom bap. Fizemos uma sessão a convite dele para uma faixa minha no seu recente disco CONTRACULTURA, onde deixei um ft. com o NEKTRASH e a VERO 5. Rua de Baixo. Nesse mesmo dia gravamos as faixas do EP, sem muita mirabolancia. Foi bem natural.

VISH: Como fluiu o processo de produção do EP? Quanto tempo do inicio das gravações até o lançamento? 

Kyle: Recebi a primeira batida do projeto em fevereiro, começando a escrever sem muita direção. Com a construção da faixa tive as primeiras ideias de como seguir. Logo na sequência escrevi Enxame (que chamava Febre na época por conta do arquivo da batida), até gravar em março numa sessão com o lucasbin no estúdio do S'Lou, produtor e amigo meu. Tive um processo rápido nesse primeiro momento, o que foi mais trabalhoso foram os skits e a conclusão do que seria o EP. Coisa que criamos em Curitiba, em Abril.

VISH: E a produção visual? Como foi trabalhar ao lado de @xiado.zip e Rugal nesta parte? 

Kyle: Venho trabalhando com o @no.bre.no pra criar praticamente todos os materiais visuais. A ideia do fundo branco já tinha comigo a um tempo por ser simples e funcional. A capa do EP segue o padrão das outras edições, design do @bru_flopes. Já o Rugal e o Ukranio nos ajudaram a tornar isso possível, com a experiência da parada. Fora o amigo do estúdio tela branca... Aquele salvou! Editei no computador da Sofia e mandei pro Carlos Fofaun corrigir as cores. Independente, sem muita mirabolancia também.

VISH: Obrigado pela participação! Deixe um recado para o público. 

Kyle: Um forte, leal e sincero. Se isso conversar com você, espalha!  Use @rpz.conceito.

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