NG$ mistura drill de NY com a identidade única da Zona Sul de SP em novo single

Diretamente da Zona Sul de São Paulo, a cena ganha mais um capítulo ousado com NG$, artista independente de 24 anos que tem feito da autenticidade sua principal marca, trazendo o seu mais novo trabalho nesta temporada.

O jovem talento, vindo da Vila Joaniza, apresenta agora “Mais Um Caso de Assassinato”, um título provocador que dialoga com o universo intenso do drill e reforça o tom combativo que permeia sua trajetória.

O single é um remix da faixa “PSA”, do rapper nova-iorquino Kay Flock, nome de peso no drill americano que despontou do Bronx para o mundo em 2020 com a tape The D.O.A. A releitura brasileira conduzida por NG$ expande o alcance do gênero, mas com um DNA local, com o artista traduzindo a experiência da periferia paulistana em versos que falam de sobrevivência, vitória e um futuro em construção.

Com produção de AndréArtplay, o trabalho ganha ainda mais potência através do videoclipe, filmado e editado por Rafael Aristóteles e Diaz. Assista ao videoclipe na integra abaixo:

Para completar, a VISH esteve em contato com o artista, buscando mais informações sobre o remix, e de modo exclusivo conversamos com o artista, que trouxe alguns detalhes acerca da faixa. Flagre o papo abaixo:

VISH: O título “Mais Um Caso de Assassinato” é provocador. Se a música fosse um “crime”, o que exatamente você matou nesse som: um medo, uma barreira ou um padrão da cena?
NG$: Talvez um padrão na sonoridade, aqui no Brasil poucos fazem Drill nessa vibe, nessa agressividade, e é assim que eu gosto de fazer a parada, pra dar uma chocada em quem assiste, o Drill aqui ás vezes é muito puxado para o funk, e isso não é ruim, nós temos vários artistas monstros na atividade, mas eu quis fazer o Drill do jeito que ele realmente é, e quem entende, certeza que captou a proposta.

VISH: Por que escolher justamente “PSA” do Kay Flock para remixar? O que esse som tinha que bateu com a sua visão?

NG$: Esse som é um clássico do Drill, tudo é muito marcante nele principalmente o sample de reggae que tem nele, é tudo muito chamativo, fora que o Kayflock é uma referencia muito grande pra mim no quesito dessa vertente.

VISH: O remix pode soar como homenagem ou como ousadia. Qual foi sua intenção ao colocar sua voz em cima desse beat?

NG$: Soa como as duas coisas, inconscientemente tá funcionando como ousadia, desde que saiu a música eu vi muito comentário das pessoas falando coisas tipo: “ah esse daí acha que é o Kayflock”, “ele acha que vai libertar o Kayflock”, e querendo ou não isso trouxe um certo engajamento então não tenho do que reclamar, mas essa ousadia não era minha intenção, a minha intenção era só fazer uma música marcante e agressiva e consequentemente fazer a homenagem pelo Kayflock que é até hoje uma das minhas referências.

VISH: Conte nos mais sobre o processo de criação da musica.
NG$: Eu escrevi a letra dessa música ali pro final de 2023 ou começo de 2024, uma época que eu ouvia muito o Drill de Nova York, aí eu fui no YouTube e escrevi encima de um beat de NY Drill só pra testar só que eu acabei nem colocando ela pra frente, aí em Junho desse ano eu estava no estúdio gravando outra música e me veio a ideia de fazer esse remix, aí eu gravei, quando eu gravei eu vi que ela ficou muito foda e eu já quis ela lançar na hora.

VISH: O drill nasceu como uma resposta às ruas de Chicago e Nova York. O que muda quando esse ritmo atravessa o Atlântico e ganha sotaque paulistano?
NG$: Pra mim não muda nada, continua refletindo o que tem nas ruas, e tem que ser assim sempre, seja Drill, Trap, Boombap, qualquer coisa relacionada ao hip-hop tem que ser sempre uma resposta ás ruas, única coisa que muda é o idioma.

VISH: Essa foi a sua primeira entrega em 2025. O mais vem pela frente? Pode revelar algo?
NG$: Em outubro eu já vou vir com outro trampo, novamente com o Thugger, produtor que colaborou comigo em faixas passadas, não tenho a data exata ainda, mas vai sair em Outubro.

VISH: Você adaptou o drill americano para o contexto da Vila Joaniza. Qual foi o maior desafio em traduzir essa atmosfera?
NG$: Eu não tive muito desafio não, Drill é música pras ruas então não teve muito mistério, todo o processo desse trabalho foi muito tranquilo.

VISH: Como foi trabalhar ao lado de AndréArtplay, Rafael Aristóteles e Diaz na realização do audiovisual?

NG$: O André é uma pessoa que eu gosto muito de trabalhar, a gente se entende fácil, ele entende as coisas que eu quero colocar ali na produção, é fácil trabalhar com ele, e o Rafael e o Diaz são 2 caras muito profissionais mesmo, me surpreendeu muito, eles souberam extrair o melhor do contexto do clipe e do ambiente, são duas pessoas que com certeza eu vou trabalhar junto mais vezes.

VISH: Deixe um recado para o público.
NG$: Me sigam nas redes sociais e fiquem ligados nas novidades que vão vir por lá, meus trabalhos estão ficando cada vez melhor em vários quesitos, a melhora vem sendo gradual, então acompanhem lá, se esse último lançamento já saiu foda, o próximo vai ser mais ainda.