Conheça Zlatan, o trapper que chamou atenção de 21 Savage e é apontado como promessa do drill

Na última semana, Zlatan lançou “Ela Mente” pela Original Quality, quinta gravadora mais ouvida do rap nacional do Spotify. Com produção de Kuptz, o single está disponível nas principais plataformas de áudio. Já o audiovisual, dirigido por Gabriel Martins, ultrapassou os 15 mil views em menos de 24 horas no canal da OQ. Inclusive, não é de hoje que “Ela Mente” ganhou destaque.

Antes mesmo do lançamento, aconteceu uma movimentação por parte de artistas, produtores e profissionais do rap/trap que trocaram a foto de perfil do Instagram por um emoji de coração partido. O viral da ação foi tão longe que até 21 Savage - rapper norte-americano com mais de 13,5 milhões de seguidores - entrou na onda aderida também por Kayblack, MC Caverinha, KURIRIN, Wallhein e Yokame.

Zlatan traz reflexões em suas letras que são retratadas a partir de inúmeras punchlines e flows de forma diferente e autêntica. Não à toa, foi apadrinhado por Kayblack, que tem falado muito sobre o artista em suas redes sociais, apontando Zlatan como revelação do drill no Brasil.

Natural de Guaianases, Zona Leste de São Paulo, Lucas Ferreira da Fonseca (24), mais conhecido como Zlatan, começou a rimar com apenas 12 anos. Aos 18, lançou “Não Toca Nos Meus Cria”, de forma independente, e ainda assim bateu 60 mil visualizações no YouTube logo na primeira música. Números que foram crescendo de forma orgânica com muita persistência.

“Tapa Na Cavala passou os 80 mil views, depois veio 'Sangue Nos Olhos' que alcançou mais de 300 mil. E aí comecei até a trabalhar sozinho nas minhas mixagens, e resolvi me jogar mesmo no drill que é o estilo que tenho mais identidade”, lembra Zlatan.

O VISH Mídia correu na frente e bateu um papo exclusivo com Zlatan. Confira!

VI$H: Você tem uma dupla jornada, né? Como é conciliar o trabalho na farmácia com a rotina de estúdio? 

Zlatan: Cansativo demais, desgastante. Isso pede muito de mim, porque meus picos criativos são de manhã e à tarde, momento em que estou no trabalho. Então, algumas vezes, tenho que parar para escrever ou gravar um flow pra não esquecer e conseguir usar depois. E isso é ruim, porque eu acredito que eu perco oportunidades, então não é muito legal essa rotina dividida. O bom é que meu estúdio é dentro da minha casa, então isso desgasta um pouco menos.

VI$H: Seu próximo lançamento. Pode adiantar algo sobre esse som? 

Zlatan: É um drill, um dirl mais “comercial”, mais emotivo. A música fala sobre superação, a diferença entre o passado e o agora.

VI$H: Você se sente pressionado ou motivado pelo suporte que vem recebendo? Como é ser apontado como uma das promessas da cena e como um dos principais nomes do drill no Brasil?

Zlatan: Não me sinto pressionado, me sinto até tranquilo, não tenho medo ou qualquer coisa do tipo, até porque a empresa é muito clara com tudo. E sinto que tenho que manter sempre o nível, mas isso não é pressão nenhuma, pra mim é até bom, porque isso faz com que eu busque sempre fazer o meu melhor, ser maior.

VI$H: Você também tem se apresentado no formato com a OQ Sesh, como é viver essa experiência de palco?

Zlatan: É uma experiência muito boa, né? É um sonho que a OQ está me ajudando a realizar. Entrei em lugares que eu nunca tinha entrado pelas portas que eles abriram para mim, então é muito gratificante o que eles fazem por mim. Não tem explicação, tá no palco, olhar pro público, é muito bom, uma realização muito grande.

VI$H: Além de ter Post Malone, Russ Million e Central Cee como referência. Quem e o que mais te inspira?

Zlatan: O pessoal todo da GDM e a galera da OQ, o Kayblack, o Wall, o Yokame. É muito claro que a gente veio do mesmo lugar, tá ligado? Todo mundo veio de muito baixo, do quase nada, pra conseguir alguma coisa hoje. Então, isso é o que mais me inspira, vê os passos, a vontade de cada um. Porque a inspiração não é só você olhar e querer aquilo. Os meninos sempre buscam colocar a gente pra cima, e isso é inspirador. Eu acredito muito na evolução do ego, tá ligado. O ego é ruim no pensamento de quem não entende. O ego que é bem trabalhado em prol do crescimento, é um ego muito bom. Então, é assim que eu busco trabalhar, para que a gente sempre tenha uma autoestima muito alta pra que a gente possa entregar o melhor sem perceber que a gente tá entregando o melhor, sabe? Porque, às vezes, a gente se sente inferior mesmo fazendo um trabalho que é muito bom. E eu não acho isso ruim, de às vezes não se sentir tão bem, porque esse é o caminho da evolução”.

VI$H: O que você diria para o Zlatan de 12 anos, lá quando começou a rimar?

Zlatan: Se você soubesse o que você seria, você teria feito muito mais, teria rimado muito mais, mas parabéns!