Surgindo como um expoente versátil, recebemos o nome do artista Danty em evidência pela cena, deixando seu cartão de visita com a entrega de seu primeiro projeto de estúdio. Nascido e criado no bairro de Bento Ribeiro, Zona Norte do Rio de Janeiro, o rapper Igor Dantas, mais conhecido artisticamente como Danty, nos mostra suas influências através de um disco que espelha seu forte contato com o rap.
O carioca cresceu sob a influência do samba de Madureira, e aos nove anos de idade já se encantava ao ouvir pela primeira vez ao ouvir os versos de Gabriel O Pensador. Composições, poemas e músicas eram levados como hobby no início, mas toda a qualidade de suas obras cativava os amigos e profissionais do mercado da música que o estimularam a investir na carreira de artista.
Em 2022, no mês de julho, recebemos a estreia oficial do rapper, marcando o inicio de sua carreira e jornada profissional. O single, “Milionário” teve boa repercussão do público, passando das 35 mil reproduções no Spotify. Nos meses seguintes, Danty voltou a chamar atenção com a canção “Vibe Boa”, lançada em setembro, esse sendo o maior hit do artista até o momento, com mais de 250 mil streams.
O final do ano passado nos reservou a chegada do seu primeiro álbum. Danty trouxe ao público o projeto batizado, “Primeiro Ato”, com a intenção de se apresentar para a cena. No disco, o cantor traz um flow recheado de personalidade junto a uma lírica crítica e repleta de brasilidade. “Busquei mostrar minha versatilidade, transitando entre os estilos do rap e sem me prender em uma caixa. O objetivo foi mostrar quem eu sou como artista, para que as pessoas possam começar a me conhecer”, descreve o carioca de 31 anos.
Em 11 faixas, o rapper traz mensagem de esperança, mostrando que é possível alcançar sonhos e objetivos. “Minha meta é ser referência para quem escuta. Mais importante do que dizer é possível chegar lá, é mostrar como chegar lá”, ressalta.
O “Primeiro Ato” do artista na cena fez com que o rapper chegasse aos 100 mil ouvintes mensais em janeiro de 2023, elevando as expectativas para o que o cantor pode trazer de novidade para este ano. A obra chega de modo especial, recebendo colaborações de Errede, Seixas e Xaga. Os instrumentais tem assinatura de Betwiin, JoeGreggOfficial, Prodmello, TheFaderbeatz, PaulHauss e Arkzbeatz. Com capa criada pelas mãos de Cyberbruxo.
O trabalho já pode ser escutado nas principais plataformas de streaming. Confira abaixo:
Ouça a obra no Spotify:
A VI$H entrou em contato com Danty, trazendo um papo direto com o artista que nos deixa por dentro de algumas visões presentes no álbum. Confira detalhes do papo abaixo:
VI$H: Como você definiria as ideias por trás do álbum Primeiro Ato?
Danty: O conceito do álbum se divide em 3 pilares: Ensinamentos, Reflexão e Esperança. Os ensinamentos são fruto do que vivi e sempre faço questão de passar adiante, principalmente pra galera mais jovem. A reflexão vem no sentido de incomodar, de cutucar o ouvinte e dizer “ Ei, olha o mundo que a gente tá vivendo, o que você pode fazer pra melhorar um pouco pelo menos a sua vida?” E a esperança é um reflexo de como eu vejo o mundo, porque eu realmente acredito que a gente ainda consiga alcançar um mundo cada vez melhor no longo prazo se mudarmos a nossa forma de olhar o mundo, e principalmente a sociedade.
A capa faz alusão ao próprio título do álbum, mas ela tem muitas mensagens e significados ocultos, que provavelmente muita gente vai se ligar depois de ouvir o álbum todo.
VI$H: Criar um álbum não é simples. Nos conte mais como fluiu esse processo de criação. Quanto tempo levou do inicio das produções até o lançamento oficial?
Danty: O álbum foi lançado oficialmente dia 02/12/22, e começamos a pensar nele mais ou menos em Julho, então posso dizer que o nascimento e amadurecimento do álbum demorou 6 meses. No início as músicas vieram naturalmente e não foram pensadas como um álbum, tinham 3 delas que já estavam prontas e eu pretendia lançar em forma de single, que eram “Milionário “, “Vibe Boa” e “Cobrança “. O conceito do álbum nasceu quando compus Biografia e pensei que seria uma boa ideia fazer um álbum de apresentação do Danty na cena. Daí pra frente as demais músicas já foram pensadas dentro do conceito do álbum, que nasceu após o público decidir por votação qual seria o nome dele dentre as opções que já tinha pensado. O público foi certeiro na escolha de “Primeiro Ato”, e daí pra frente juntei a ideia do nome com o conceito da apresentação na cena e daí surgiu o álbum na versão final que tá na pista.
VI$H: Seixas, Xaga e Errede marcam presença no álbum. De onde surgiu a conexão com esses feats?
Danty: Seixas é meu produtor, meu irmão de vida e um dos caras que me motivou a entrar de cabeça no Rap. Foi o primeiro cara que acreditou de fato no meu talento, ouviu uma música que eu tinha composto e falou pra eu ir no Home Studio dele gravar. A conexão foi natural quando a gente trampou junto porque temos muitos objetivos em comum e admiramos logo de cara o talento musical um do outro. Em uma das nossas sessões ele me mostrou uma guia do Errede e eu achei o som brabo demais, a sonoridade dele é muito única e isso me cativou logo de cara. Na primeira vez que nos encontramos gravando um clipe, já disse a ele que queria que gravasse um som comigo, e o cara se amarrou. A gente nunca tinha colado numa sessão juntos, e quando nos encontramos pra gravar “Eu Sei “ a galera do estúdio ficou impressionada com o resultado. Desde então nos tornamos amigos e ainda lançaremos muitas músicas juntos.
Conheci o Xaga através de um amigo em comum e me impressionou muito a humildade e receptividade dele. Ele já tem uma estrada longa no rap e uma notoriedade na cena, mas mesmo assim é um cara humilde e recebeu a nossa equipe de uma maneira muito especial no estúdio dele. Na época eu mostrei “Enquadro” pra ele já na intenção de fazer um feat porque já acompanhava e admirava o trampo… só que eu tinha gravado minha voz no celular com a qualidade baixa, e tava receoso dele achar meio anti-profissional. Só que o cara ouviu o som, e duas horas depois já me mandou a canetada pronta rimando em cima do Beat, e estava realmente empolgado com o projeto. Isso me motivou muito e me fez o admirar mais ainda. Desde então sempre nos falamos e ele sempre me passa vários conselhos e ensinamentos do que aprendeu ao longo da estrada.
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Danty e Xaga no Estúdio. |
Danty: A música brasileira foi minha principal influência durante praticamente toda a vida, e tenho como principais referências na música Tim Maia, Jorge Ben Jor e Gabriel O Pensador. Tim Maia e Jorge Ben me fizeram me apaixonar e me interessar pela música, e o Gabriel foi o meu primeiro contato com o rap, então são minhas principais referências na música como um todo. Mas o álbum tem algumas referências importantes também ao Emicida e ao Djonga, artistas que também admiro e ouço muito.
VI$H: Teremos um "Segundo Ato"? O que pode nos revelar para 2023?
Danty: Sim, teremos um Segundo Ato, mas só em 2024 rs. 2023 será o ano dos feats, vocês me verão participando de muitos sons e lançando muitos singles com participações especiais. Inclusive o próximo som a ser lançado será “Janeiro” uma participação minha no som do meu mano Seixas. Em breve divulgaremos uma data oficial. Tem algo muito especial pra acontecer em breve,não posso dar spoiler ainda…Mas garanto que vai ser muito benéfico pra cena do rap, especialmente no Rio de Janeiro.
VI$H: Obrigado pela ideia, Danty! Deixe um recado para o público.
Danty: Reflitam e critiquem o que leem e o que escutam por aí… Nem tudo que reluz é ouro.
Versatilidade! Danty conta bastidores da produção do álbum Primeiro Ato
Reviewed by VISH MÍDIA
on
16 fevereiro
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